domingo, 20 de junho de 2010

Não ouse roubar a saudade.



Esta foto eu tirei após um dia de trabalho. Saía do meu consultório em Icaraí num anoitecer do ano de 2007.

Ah, esse ano... quantas descobertas! Primeiro emprego fixo, no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, onde não apenas aprendi de psicologia, mas muito mais de vida.

E aí olhando esta bela paisagem... penso em tantas coisas bonitas que eu vivi. Posso ter sido ousada tanto na vida pessoal quanto na profissional, sou aquele tipo de pessoa que comparece com tudo nas coisas que vivo. Mas perdendo ou ganhando... eu vivi. Já diz a música: "nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas, aprendendo a jogar".

Acho que o importante é tirarmos o aprendizado de cada vivência seja boa ou ruim.

Como já vinha pensando e contei aqui, muitas vezes tenho medo de endurecer...

Mas aí está a prova de que não é possível: uma tarde cor-de-rosa, os sons de uma voz cabocla, os amigos, os momentos de amor... os pequenos sorrisos e gestos. Cada dia que passou com o seu presente.

Hoje sinto tanta saudade de alguém que não está perto. Que está a muitos quilômetros de distância, mas não só a física, mas a sentimental. Isso me traz às vezes tristeza porque "bem mais que o tempo que nós perdemos, ficou pra trás também o que nos juntou". Não quero pensar nesta tristeza. Apenas peço que não me roube a saudade. Pois para mim, certos momentos que constroem uma vida.

Mas, apesar de tanto sentimento, falta agora criatividade para encerrar esse post de hoje. Vou novamente colocar um de meus poemas antigos... o que eu mais gosto.


COR-DE-ROSA

Lilly t.g.


A menina passa pela rua
Ingênua, pura, carregando algumas flores
Seu olhar rumo ao infinito
Nos dias um pouco de tudo e nada

Seu vestido cor-de-rosa
Seus sapatos delicados,
Suas flores tão singelas
Mostram a pureza que a vida poderia ter

A menina passa pela rua
Seu olhar brilhante e perdido:
tantas imagens por ali passam
e ela continua a caminhar.

Ah, meu Deus! Esse olhar tão puro
Essa vertigem de esperança
O cor-de-rosa do vestido
Não poderia tão logo passar!

(19/03/2000)

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